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sábado, 16 de julho de 2016

Sociedades baseadas na crença não tem valor para o homem

Pergunta: Quando dizeis que o Ego é formado de reações, tendes em vista significar o que estamos acostumados a denominar Ego — a vida manifestando-se através do Corpo Causal? Ou entendeis o que estamos habituados a denominar personalidade?

Krishnamurti: Para mim, — quando digo “para mim” não o digo com incerteza, e sim por polidez — o Ego é a parte divisória entre homem e homem. Tenha ele sua sede no corpo causal ou no corpo físico, é coisa que sinto ter muito pouco importância. O que é importante é derrubardes essa parede. Que importa onde ele se encontra ou a que plano pertence? Mais uma vez tomais refúgio num sistema. Eu não sei o que será de vós. Estais fora de contato com a vida e suas lutas, suas tristezas e dores — tão perdido em vossos sistemas que não tendes piedade do homem que caminha pelas ruas. Quereis que eu vá convosco até o vosso cimo particular de auto-satisfação e ilusão. Quereis que a vós me reúna no estudar as altitudes e as profundezas do Ego em vez de destruí-lo. O Ego é apenas as vossas reações não vencidas; para destruirdes o Ego tendes que viver na ação pura, na unidade que é Eterna. Sei que vos não interessais por nada disto. Seis que se vos falasse do plano no qual o Ego vive, ou das cores de vossos vários corpos, todos vos sentaríeis a tomar notas. Todos vos interessais muito mais por essas coisas infantis. O homem que está triste não necessita de uma explicação da tristeza; quer ser dela aliviado. Vós vos contentais com explicações porque vos atemorizais de resolver vossas próprias tristezas e delas vos libertardes.

Pergunta: Por meio de uma dessas denominadas sociedades de cultura aprendi a razão e a finalidade da vida; de certo modo aprendi como viver, extrai do conhecimento acumulado das idades, uma visão mais ampla; aprendi a incluir o animal na minha fraternidade; a tomar a responsabilidade do mundo tal como a encontrei e a deixa-lo melhor pelo fato de nele ter estado. Esforcei-me por viver melhor, pois o que aprendi é para mim os princípios elementares do viver em sociedade. Hei-de, pois, negar àqueles que vêm após mim o direito de aprenderem como eu aprendi, deixando de apoiar uma tal instituição? Não pode a informação e a associação e intercâmbio de experiências  tornar-se uma fonte de conhecimento?

Krishnamurti: Voltamos uma vez mais às instituições. Sei que repudiareis o que eu digo, mas, apesar disso, por obsequio, prestai vossa consideração, vosso pensamento real, ao que vossas instituições, vossas filiações, e vossas sociedades são. Disse eu que as sociedades baseadas na crença não tem valor para o homem; disse, porém, também, que precisais de instituições para executar coisas objetivas. Pensais que por vos reunirdes e trocardes ideias, por pertencerdes a uma associação, sereis fortificados para a vossa luta. Que coisa fácil pertencer a algo onde todas as pessoas pensam da mesma forma! Se realmente eu entendesse que as instituições eram uteis, teria conservado a minha em meu redor. Nada me teria sido mais fácil do que isto. O ponto onde eu e vós divergimos é o em que vós atribuis certo valor espiritual oculto às sociedades e instituições, ao passo que eu não atribuo. Pessoalmente, não pertenço a instituição alguma. Abandonei-as todas, porque para mim era a coisa única a fazer. Se tratardes tais corporações como meros gabinetes de informação, então nelas não haverá mal algum, mas, a partir do momento que as tenhais como coisas necessárias ao vosso crescimento espiritual, então ter-vos-eis tornado escravos das instituições. Não sei porque me fazem tal pergunta por toda parte por onde ando; mas fazem-na. Temo que todos esses inquiridores pertençam a sociedades e me encarem como alguém que os desafia. Deixai que mais uma vez eu repita que nenhuma instituição encerra a verdade. A verdade está no homem. Está em vós, potencialmente, seja qual for o estado de evolução em que vos encontreis, jamais porém havereis de verificar isto se continuamente vos apegardes às instituições. Srs., pertencei ou não a elas. Não continuemos a discutir esta coisa uma vez e outra. Se compreenderdes o ponto central, todos os detalhes serão compreendidos. Se não entenderdes a realidade central do que estou dizendo, então os detalhes são se amontoarem serão colossais.


Krishnamurti em Acampamento de Ojai, 1930
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"Quando você compreende, quando chega a saber,
então traz toda a beleza do passado de volta
e dá a esse passado o renascimento, renova-o,
de forma que todos os que o conheceram
possam estar de novo sobre a terra
e viajar por aqui, e ajudar as pessoas." (Tilopa)



"Nos momentos tranqüilos da meditação, a vontade de DEUS pode tornar-se evidente para nós. Acalmar a mente, através da meditação, traz uma paz interior que nos põe em contato com DEUS dentro de nós. Uma premissa básica da meditação, é que é difícil, senão impossível, alcançar um contato consciente, à não ser que a mente esteja sossegada. Para que haja um progresso, a comum sucessão ininterrupta de pensamentos tem de parar. Por isso, a nossa prática preliminar será sossegar a mente e deixar os pensamentos que brotam morrerem de morte natural. Deixamos nossos pensamentos para trás, à medida que a meditação do Décimo Primeiro Passo se torna uma realidade para nós. O equilíbrio emocional é um dos primeiros resultados da meditação, e a nossa experiência confirma isso." (11º Passo de NA)


"O Eu Superior pode usar algum evento, alguma pessoa ou algum livro como seu mensageiro. Pode fazer qualquer circunstância nova agir da mesma forma, mas o indivíduo deve ter a capacidade de reconhecer o que está acontecendo e ter a disposição para receber a mensagem". (Paul Brunton)



Observe Krishnamurti, em conversa com David Bohn, apontando para um "processo", um "caminho de transformação", descrevendo suas etapas até o estado de prontificação e a necessária base emocional para a manifestação da Visão Intuitiva, ou como dizemos no paradigma, a Retomada da Perene Consciência Amorosa Integrativa...


Krishnamurti: Estávamos discutindo o que significa para o cérebro não ter movimento. Quando um ser humano ESTEVE SEGUINDO O CAMINHO DA TRANSFORMAÇÃO, e PASSOU por TUDO isso, e esse SENTIDO DE VAZIO, SILÊNCIO E ENERGIA, ele ABANDONOU QUASE TUDO e CHEGOU AO PONTO, à BASE. Como, então, essa VISÃO INTUITIVA afeta a sua vida diária? Qual é o seu relacionamento com a sociedade? Como ele age em relação à guerra, e ao mundo todo — um mundo em que está realmente vivendo e lutando na escuridão? Qual a sua ação? Eu diria, como concordamos no outro dia, que ele é o não-movimento.

David Bohn: Sim, dissemos que a base era movimento SEM DIVISÃO.

K: Sem divisão. Sim, correto. (Capítulo 8 do livro, A ELIMINAÇÃO DO TEMPO PSICOLÓGICO)


A IMPORTÂNCIA DA RENDIÇÃO DIANTE DA MENTE ADQUIRIDA
Até praticar a rendição, a dimensão espiritual de você é algo sobre o que você lê, de que fala, com que fica entusiasmado, tema para escrita de livros, motivo de pensamento, algo em que acredita... ou não, seja qual for o caso. Não faz diferença. Só quando você se render é que a dimensão espiritual se tornará uma realidade viva na sua vida. Quando o fizer, a energia que você emana e que então governa a sua vida é de uma frequência vibratória muito superior à da energia mental que ainda comanda o nosso mundo. Através da rendição, a energia espiritual entra neste mundo. Não gera sofrimento para você, para os outros seres humanos, nem para qualquer forma de vida no planeta. (Eckhart Tolle em , A Prática do Poder do Agora, pág. 118)


O IMPOPULAR DRAMA OUTSIDER — O encontro direto com a Verdade absoluta parece, então, impossível para uma consciência humana comum, não mística. Não podemos conhecer a realidade ou mesmo provar a existência do mais simples objeto, embora isto seja uma limitação que poucas pessoas compreendem realmente e que muitas até negariam. Mas há entre os seres humanos um tipo de personalidade que, esta sim, compreende essa limitação e que não consegue se contentar com as falsas realidades que nutrem o universo das pessoas comuns. Parece que essas pessoas sentem a necessidade de forjar por si mesmas uma imagem de "alguma coisa" ou do "nada" que se encontra no outro lado de suas linhas telegráficas: uma certa "concepção do ser" e uma certa teoria do "conhecimento". Elas são ATORMENTADAS pelo Incognoscível, queimam de desejo de conhecer o princípio primeiro, almejam agarrar aquilo que se esconde atrás do sombrio espetáculo das coisas. Quando alguém possui esse temperamento, é ávido de conhecer a realidade e deve satisfazer essa fome da melhor forma possível, enganando-a, sem contudo jamais poder saciá-la. — Evelyn Underhill