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quarta-feira, 13 de julho de 2016

Antes de tudo, amar com desprendimento

Pergunta: Em virtude do vosso apelo para não deturparmos o vosso pensamento, muitos que desejam transmitir a outros as vossas comunicações receiam francamente fazê-lo. Esperam que se lhes realize a perfeição individual antes de poderem ir ajudar seus companheiros. É vosso desejo que ninguém, que não seja vós, explique o que são o “Bem Amado”, “a meta”, o “caminho direto”, etc.?

Krishnamurti: Então, esperareis longo tempo e isso é também uma desculpa. Não façais isso tão assim superficial. Que há de tão extraordinariamente estranho naquilo que estou dizendo? É porque sois tão sem naturalidade que formais uma coisa natural como sendo desnatural, como sendo complicada, como sendo sobre-humana, extraordinária; dai-lhe toda a espécie de significados e interpretações. Um selvagem é muito simples. Acredita, aceita qualquer coisa que lhe é apresentada sem pensar que é complicada, intrincada e assim por diante. E, por outro lado, um gênio, um homem realmente culto aceita a simplicidade do pensamento. Estais colocado entre os dois e então isto vos parece tão difícil, quando é extremamente simples. Que há que receais explicar? Tenho dito repetidamente que deveis ser gentil, realmente afeiçoado. Que há para explicar em realmente amar a outrem com desprendimento? Significa que deveis, antes de tudo, amar. Mas, se começais a explicar as coisas que não compreendeis, então começa a confusão.

“É vosso desejo que ninguém, que não sejais vós, explique o que são o Bem Amado, a meta, o caminho direto?” Certamente, não. De que serve ser eu feliz, se sois infeliz? De que vos cale isso, se sois colhidos pela tristeza? De que precisa um prisioneiro? Não precisa de explicações sobre a pureza do ar, sobre a semelhança das árvores, ou como voam os pássaros; ele precisa é de ser posto em liberdade imediatamente. A dificuldade que tem a maioria das pessoas é que, apesar de estarem em prisões, não são sabedoras disso, e sendo incautas consigo mesmas e, por conseguinte, com as suas circunstâncias, procuram, embora longe, explicações que se tornam cada vez mais complicadas. Se houver uma experiência que tenhais realizado, podereis explica-la muito facilmente se a vossa mente for ativa, se estiverdes todo o tempo procurando compreender a vida. Mas se estiverdes vivendo por velha tradição ou estreita moralidade, então as explicações não terão valor, porque não são vossas. Em resumo, não é a meta, o Bem Amado, o que cada um de vós está procurando sempre? A individualidade cria a perfeição, mas a individualidade não é coisa em si mesma; é pelo frutuoso contato com a vida que a separatividade desaparece. Se vierdes de novo a refletir real e sabiamente — o que há nisso para explicar? Porque não o explicardes a outros? Claro está, que, se não acreditais nisso, se não o sentis, a explicação torna-se difícil e não tem valor. Mas, se viveis uma milionésima parte disso, e explicais o que estais sentindo, então tem valor porque não podeis adulterar o que estais sentindo. O que é vosso podeis expor profundamente, vastamente, sem limites, enquanto que se expuserdes alguma coisa que é sentida por outrem, vossa explicação irá errada do princípio ao fim. Portanto, senti primeiro e depois virá a explicação tão doce e benigna quanto o voo de um pássaro do ninho. Mas, se não sentis e simplesmente falais, sereis, então, como um animal quadrupede que não voa. É essa a razão pela qual se houver dez pessoas que estejam realmente vivendo e explicando isso aos outros, haverá um mundo diferente, um sorriso diferente, uma mudança de aspecto, uma mudança de coração e não um simples movimento de lábios.         


Krishnamurti em reunião de inverno em Adyar, 31 de dezembro de 1929
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"Quando você compreende, quando chega a saber,
então traz toda a beleza do passado de volta
e dá a esse passado o renascimento, renova-o,
de forma que todos os que o conheceram
possam estar de novo sobre a terra
e viajar por aqui, e ajudar as pessoas." (Tilopa)



"Nos momentos tranqüilos da meditação, a vontade de DEUS pode tornar-se evidente para nós. Acalmar a mente, através da meditação, traz uma paz interior que nos põe em contato com DEUS dentro de nós. Uma premissa básica da meditação, é que é difícil, senão impossível, alcançar um contato consciente, à não ser que a mente esteja sossegada. Para que haja um progresso, a comum sucessão ininterrupta de pensamentos tem de parar. Por isso, a nossa prática preliminar será sossegar a mente e deixar os pensamentos que brotam morrerem de morte natural. Deixamos nossos pensamentos para trás, à medida que a meditação do Décimo Primeiro Passo se torna uma realidade para nós. O equilíbrio emocional é um dos primeiros resultados da meditação, e a nossa experiência confirma isso." (11º Passo de NA)


"O Eu Superior pode usar algum evento, alguma pessoa ou algum livro como seu mensageiro. Pode fazer qualquer circunstância nova agir da mesma forma, mas o indivíduo deve ter a capacidade de reconhecer o que está acontecendo e ter a disposição para receber a mensagem". (Paul Brunton)



Observe Krishnamurti, em conversa com David Bohn, apontando para um "processo", um "caminho de transformação", descrevendo suas etapas até o estado de prontificação e a necessária base emocional para a manifestação da Visão Intuitiva, ou como dizemos no paradigma, a Retomada da Perene Consciência Amorosa Integrativa...


Krishnamurti: Estávamos discutindo o que significa para o cérebro não ter movimento. Quando um ser humano ESTEVE SEGUINDO O CAMINHO DA TRANSFORMAÇÃO, e PASSOU por TUDO isso, e esse SENTIDO DE VAZIO, SILÊNCIO E ENERGIA, ele ABANDONOU QUASE TUDO e CHEGOU AO PONTO, à BASE. Como, então, essa VISÃO INTUITIVA afeta a sua vida diária? Qual é o seu relacionamento com a sociedade? Como ele age em relação à guerra, e ao mundo todo — um mundo em que está realmente vivendo e lutando na escuridão? Qual a sua ação? Eu diria, como concordamos no outro dia, que ele é o não-movimento.

David Bohn: Sim, dissemos que a base era movimento SEM DIVISÃO.

K: Sem divisão. Sim, correto. (Capítulo 8 do livro, A ELIMINAÇÃO DO TEMPO PSICOLÓGICO)


A IMPORTÂNCIA DA RENDIÇÃO DIANTE DA MENTE ADQUIRIDA
Até praticar a rendição, a dimensão espiritual de você é algo sobre o que você lê, de que fala, com que fica entusiasmado, tema para escrita de livros, motivo de pensamento, algo em que acredita... ou não, seja qual for o caso. Não faz diferença. Só quando você se render é que a dimensão espiritual se tornará uma realidade viva na sua vida. Quando o fizer, a energia que você emana e que então governa a sua vida é de uma frequência vibratória muito superior à da energia mental que ainda comanda o nosso mundo. Através da rendição, a energia espiritual entra neste mundo. Não gera sofrimento para você, para os outros seres humanos, nem para qualquer forma de vida no planeta. (Eckhart Tolle em , A Prática do Poder do Agora, pág. 118)


O IMPOPULAR DRAMA OUTSIDER — O encontro direto com a Verdade absoluta parece, então, impossível para uma consciência humana comum, não mística. Não podemos conhecer a realidade ou mesmo provar a existência do mais simples objeto, embora isto seja uma limitação que poucas pessoas compreendem realmente e que muitas até negariam. Mas há entre os seres humanos um tipo de personalidade que, esta sim, compreende essa limitação e que não consegue se contentar com as falsas realidades que nutrem o universo das pessoas comuns. Parece que essas pessoas sentem a necessidade de forjar por si mesmas uma imagem de "alguma coisa" ou do "nada" que se encontra no outro lado de suas linhas telegráficas: uma certa "concepção do ser" e uma certa teoria do "conhecimento". Elas são ATORMENTADAS pelo Incognoscível, queimam de desejo de conhecer o princípio primeiro, almejam agarrar aquilo que se esconde atrás do sombrio espetáculo das coisas. Quando alguém possui esse temperamento, é ávido de conhecer a realidade e deve satisfazer essa fome da melhor forma possível, enganando-a, sem contudo jamais poder saciá-la. — Evelyn Underhill