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quarta-feira, 20 de julho de 2016

“Bem” é a capacidade de resistir ao não essencial

Pergunta: Haveis falado do mal como sendo a falta de capacidade para resistir ao não essencial. Que entendeis por isto?

Krishnamurti: Toda a vez que não existir essa resistência interna em relação aquilo que não é essencial,, a falta de resistência pode ser denominada “mal”. A capacidade de resistir depende ou varia de acordo com o esforço individual. Assim, não pode haver uma estrita delimitação de mal e do bem — pois que o “bem” é a capacidade de resistir ao não essencial. Agora, para por nós próprios verificarmos o que é essencial e o que não é essencial, temos que possuir a concepção, o entendimento, a visão de qual é o propósito último da vida. A partir daí podereis sempre julgar por vós mesmos o que é essencial e o que é “o não essencial”. Para vós próprios, notai, — vós não podeis estatuir isto para outrem. Por isto é que é essencial o achar aquilo que a vida é, o que é o preenchimento da vida, e em direção a que objetivo a vida labora. Esta separação, esta tristeza, este sentimento de solidão, que é que significa? Esta é a razão de minha insistência, não quanto ao absoluto, porém quanto ao entendimento daquilo que é a consumação da vida. Então, pode-se desenvolver a capacidade de resistir com entendimento. Uma tal resistência, não será pois a supressão, porém sim o domínio. Domínio e supressão são duas coisas diferentes. A supressão é aniquilamento, recalcamento sem entendimento, subjugar a violência do desejo sem compreende-lo. O domínio é a direção inteligente do desejo para um objetivo designado. A supressão é um desperdício fútil de energia, ao passo que o domínio com propósito definido torna-se ação espontânea na direção da experiência. O domínio é a técnica que vos proporciona a resposta correta à toda a experiência. Por exemplo, um grande pintor, um grande músico, possui uma técnica bem desenvolvida, bem em reserva, de modo que toda a vez que enxerga um belo objeto, ou se aproxima de um piano, o conjunto de sua técnica vem à tona e manifesta-se na ação reta, na ação pura. O homem que se não encontra seguro, que duvida, que não está concentrado, não pode agir retamente; sua ação torna-se meramente a reação de suas emoções não controladas, de seus impulsos externos. Assim, o descobrir o essencial vem a tornar-se um processo de escolha contínua, baseada sobre o entendimento do verdadeiro propósito da vida. A escolha é a descoberta contínua da verdadeira Escolha — significa ação, a qual é conduta na vida, a maneira de vos comportardes seja para com quem for. Assim, a escolha, posto que a começo não seja espontânea, em virtude de seu exercício na direção dessa realidade última, torna-se depois espontânea e automática, uma tal escolha é sempre a do essencial — mediante a capacidade de resistência ao “não essencial”.   
  

Krishnamurti em Reunião de Verão, Eerde, 17 de julho de 1930
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"Quando você compreende, quando chega a saber,
então traz toda a beleza do passado de volta
e dá a esse passado o renascimento, renova-o,
de forma que todos os que o conheceram
possam estar de novo sobre a terra
e viajar por aqui, e ajudar as pessoas." (Tilopa)



"Nos momentos tranqüilos da meditação, a vontade de DEUS pode tornar-se evidente para nós. Acalmar a mente, através da meditação, traz uma paz interior que nos põe em contato com DEUS dentro de nós. Uma premissa básica da meditação, é que é difícil, senão impossível, alcançar um contato consciente, à não ser que a mente esteja sossegada. Para que haja um progresso, a comum sucessão ininterrupta de pensamentos tem de parar. Por isso, a nossa prática preliminar será sossegar a mente e deixar os pensamentos que brotam morrerem de morte natural. Deixamos nossos pensamentos para trás, à medida que a meditação do Décimo Primeiro Passo se torna uma realidade para nós. O equilíbrio emocional é um dos primeiros resultados da meditação, e a nossa experiência confirma isso." (11º Passo de NA)


"O Eu Superior pode usar algum evento, alguma pessoa ou algum livro como seu mensageiro. Pode fazer qualquer circunstância nova agir da mesma forma, mas o indivíduo deve ter a capacidade de reconhecer o que está acontecendo e ter a disposição para receber a mensagem". (Paul Brunton)



Observe Krishnamurti, em conversa com David Bohn, apontando para um "processo", um "caminho de transformação", descrevendo suas etapas até o estado de prontificação e a necessária base emocional para a manifestação da Visão Intuitiva, ou como dizemos no paradigma, a Retomada da Perene Consciência Amorosa Integrativa...


Krishnamurti: Estávamos discutindo o que significa para o cérebro não ter movimento. Quando um ser humano ESTEVE SEGUINDO O CAMINHO DA TRANSFORMAÇÃO, e PASSOU por TUDO isso, e esse SENTIDO DE VAZIO, SILÊNCIO E ENERGIA, ele ABANDONOU QUASE TUDO e CHEGOU AO PONTO, à BASE. Como, então, essa VISÃO INTUITIVA afeta a sua vida diária? Qual é o seu relacionamento com a sociedade? Como ele age em relação à guerra, e ao mundo todo — um mundo em que está realmente vivendo e lutando na escuridão? Qual a sua ação? Eu diria, como concordamos no outro dia, que ele é o não-movimento.

David Bohn: Sim, dissemos que a base era movimento SEM DIVISÃO.

K: Sem divisão. Sim, correto. (Capítulo 8 do livro, A ELIMINAÇÃO DO TEMPO PSICOLÓGICO)


A IMPORTÂNCIA DA RENDIÇÃO DIANTE DA MENTE ADQUIRIDA
Até praticar a rendição, a dimensão espiritual de você é algo sobre o que você lê, de que fala, com que fica entusiasmado, tema para escrita de livros, motivo de pensamento, algo em que acredita... ou não, seja qual for o caso. Não faz diferença. Só quando você se render é que a dimensão espiritual se tornará uma realidade viva na sua vida. Quando o fizer, a energia que você emana e que então governa a sua vida é de uma frequência vibratória muito superior à da energia mental que ainda comanda o nosso mundo. Através da rendição, a energia espiritual entra neste mundo. Não gera sofrimento para você, para os outros seres humanos, nem para qualquer forma de vida no planeta. (Eckhart Tolle em , A Prática do Poder do Agora, pág. 118)


O IMPOPULAR DRAMA OUTSIDER — O encontro direto com a Verdade absoluta parece, então, impossível para uma consciência humana comum, não mística. Não podemos conhecer a realidade ou mesmo provar a existência do mais simples objeto, embora isto seja uma limitação que poucas pessoas compreendem realmente e que muitas até negariam. Mas há entre os seres humanos um tipo de personalidade que, esta sim, compreende essa limitação e que não consegue se contentar com as falsas realidades que nutrem o universo das pessoas comuns. Parece que essas pessoas sentem a necessidade de forjar por si mesmas uma imagem de "alguma coisa" ou do "nada" que se encontra no outro lado de suas linhas telegráficas: uma certa "concepção do ser" e uma certa teoria do "conhecimento". Elas são ATORMENTADAS pelo Incognoscível, queimam de desejo de conhecer o princípio primeiro, almejam agarrar aquilo que se esconde atrás do sombrio espetáculo das coisas. Quando alguém possui esse temperamento, é ávido de conhecer a realidade e deve satisfazer essa fome da melhor forma possível, enganando-a, sem contudo jamais poder saciá-la. — Evelyn Underhill