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sexta-feira, 8 de julho de 2016

Para o verdadeiro pesquisador não existe futuro

Desejaria acentuar que, para receber uma resposta correta, deveis fazer a pergunta corretamente. A pergunta reta vem, se realmente estiverdes confusos, se realmente estiverdes inquirindo, se estiverdes ansiosos por descobrir. Meras perguntas superficiais, intelectuais, de argumentação, não têm valor. Estais aqui para descobrir se o que eu digo tem algum valor e, se o tiver, estão terá propósito, e será essencial para a vida de todos. Por isto é que me endereçais perguntas e somente nesse espírito eu as responderei. Não estou aqui para discutir sintomas, porém sim a causa da tristeza, a qual, quando examinada, nos proporcionará a cura adequada para todos os sintomas. Quando ides a um médico ele vos faz perguntas acerca dos sintomas, se, porém, for um médico sábio, não curará os sintomas e sim a causa da doença. Não se pode curar uma doença qualquer, especialmente o mal da infelicidade e da tristeza, meramente pelo tratar dos sintomas. Para compreender a causa é preciso ir até ela pelos sintomas, removendo o que não for essencial e sempre com grande cautela, com persistência firme, apegando-se firmemente ao essencial que há de curar. A dificuldade para a maioria das pessoas é existirem tantas coisas não essenciais rodeando-as, em que tais pessoas são colhidas, e requer-se então grande inteligência para viver segundo o que é essencial e descobrir o que é essencial.

Pergunta: Não pode alguém, realmente, ajudar a outrem a não ser que ele próprio tenha atingido a libertação?

Krishnamurti: É a mesma coisa que perguntar, “Não se pode amar e sofrer enquanto dura o processo do atingir?” Fazeis do atingimento, da libertação, algo de longínquo, algo a ser alcançado no futuro. Ora, para o verdadeiro pesquisador não existe futuro.  Se estiverdes famintos, não direis: “Hei de comer depois de amanhã”. A libertação não é coisa para ser atingida num futuro distante, acha-se onde agora estais. É vós próprios. No processo de atingir reside a verdade, não na finalidade. No processo entrais em contato com toda a gente — o que é vida — e no assimilar, no descartar-se, no compreender esta vida que vos rodeia, encontrais a libertação. A ideia de auxiliar os outros é inata. Se fordes bons, ajudareis; se o não fordes, não ajudareis. Fazeis do ajudar aos outros, uma condição. Se estiverdes dentro do que é reto, auxiliareis automaticamente. Quando a rosa desabrocha, não diz: “Vou proporcionar beleza”. Ela não pode deixar de fazê-lo. Com a rosa dá-se um processo inconsciente, que conosco tem de se tornar consciente. A partir do momento que sejais belos, ajudareis automaticamente aos outros e, na pesquisa pela beleza, não podeis deixar de prestar auxílio aos outros. O ponto essencial é que sejais belos em tudo, em vossa visão da vida, em vossa esperança, em vossas crenças e em tudo que fizerdes. Nessa tentativa prestareis ajuda automaticamente. Não deverá, porém, ser esta a razão pela qual buscásseis a beleza. Deveis buscar a beleza pelo seu próprio valor intrínseco. A não ser assim, tornais a beleza uma coisa condicional a ser atingida mediante o auxílio de outrem.

Pergunta: Não é o auxílio aos outros uma circunstância que precede o atingir a verdade?

Krishnamurti: É esta uma pergunta que tende a ser desentendida se eu a responder, porém, só posso responde-la deste modo: — Se estiverdes produzindo a incorrupção dentro de vós próprios, não podeis deixar de auxiliar a outrem. Não existe outro processo.

Pergunta: Posso eu atingir, em qualquer momento, sem auxílio, qualquer que ele seja, do exterior, se assim eu o desejar?

Krishnamurti: Naturalmente. Não estais todos vós famintos? Não sofreis, todos vós? Não tendes, todos vós, aborrecimentos, perturbações, invejas, ciúmes? A partir do momento que chegueis a produzir a produzir a calma e a tranquilidade, tereis estabelecido a verdade por vós próprios, mas precisais possuir o impulso necessário, o entusiasmo, o interesse, o apercebimento para examinar tudo. A espiritualidade, a realização da harmonia, é para todos. É semelhante à luz do sol que é para todos; porém, depende do indivíduo a maneira de utiliza-la. Quando o sol brilha, o lótus incuba seu lindo botão e a semente incuba seu ‘rebento’. Não é isto por culpa do sol. Do mesmo modo na libertação, a verdade é para todos, mais isto depende do indivíduo, do quão entusiasta, do quão ardente, do quão ansioso, do quão em chamas ele se encontra internamente para descobri-la.   


Krishnamurti no Acampamento da Estrela em Benares, em 9 de novembro de 1929
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"Quando você compreende, quando chega a saber,
então traz toda a beleza do passado de volta
e dá a esse passado o renascimento, renova-o,
de forma que todos os que o conheceram
possam estar de novo sobre a terra
e viajar por aqui, e ajudar as pessoas." (Tilopa)



"Nos momentos tranqüilos da meditação, a vontade de DEUS pode tornar-se evidente para nós. Acalmar a mente, através da meditação, traz uma paz interior que nos põe em contato com DEUS dentro de nós. Uma premissa básica da meditação, é que é difícil, senão impossível, alcançar um contato consciente, à não ser que a mente esteja sossegada. Para que haja um progresso, a comum sucessão ininterrupta de pensamentos tem de parar. Por isso, a nossa prática preliminar será sossegar a mente e deixar os pensamentos que brotam morrerem de morte natural. Deixamos nossos pensamentos para trás, à medida que a meditação do Décimo Primeiro Passo se torna uma realidade para nós. O equilíbrio emocional é um dos primeiros resultados da meditação, e a nossa experiência confirma isso." (11º Passo de NA)


"O Eu Superior pode usar algum evento, alguma pessoa ou algum livro como seu mensageiro. Pode fazer qualquer circunstância nova agir da mesma forma, mas o indivíduo deve ter a capacidade de reconhecer o que está acontecendo e ter a disposição para receber a mensagem". (Paul Brunton)



Observe Krishnamurti, em conversa com David Bohn, apontando para um "processo", um "caminho de transformação", descrevendo suas etapas até o estado de prontificação e a necessária base emocional para a manifestação da Visão Intuitiva, ou como dizemos no paradigma, a Retomada da Perene Consciência Amorosa Integrativa...


Krishnamurti: Estávamos discutindo o que significa para o cérebro não ter movimento. Quando um ser humano ESTEVE SEGUINDO O CAMINHO DA TRANSFORMAÇÃO, e PASSOU por TUDO isso, e esse SENTIDO DE VAZIO, SILÊNCIO E ENERGIA, ele ABANDONOU QUASE TUDO e CHEGOU AO PONTO, à BASE. Como, então, essa VISÃO INTUITIVA afeta a sua vida diária? Qual é o seu relacionamento com a sociedade? Como ele age em relação à guerra, e ao mundo todo — um mundo em que está realmente vivendo e lutando na escuridão? Qual a sua ação? Eu diria, como concordamos no outro dia, que ele é o não-movimento.

David Bohn: Sim, dissemos que a base era movimento SEM DIVISÃO.

K: Sem divisão. Sim, correto. (Capítulo 8 do livro, A ELIMINAÇÃO DO TEMPO PSICOLÓGICO)


A IMPORTÂNCIA DA RENDIÇÃO DIANTE DA MENTE ADQUIRIDA
Até praticar a rendição, a dimensão espiritual de você é algo sobre o que você lê, de que fala, com que fica entusiasmado, tema para escrita de livros, motivo de pensamento, algo em que acredita... ou não, seja qual for o caso. Não faz diferença. Só quando você se render é que a dimensão espiritual se tornará uma realidade viva na sua vida. Quando o fizer, a energia que você emana e que então governa a sua vida é de uma frequência vibratória muito superior à da energia mental que ainda comanda o nosso mundo. Através da rendição, a energia espiritual entra neste mundo. Não gera sofrimento para você, para os outros seres humanos, nem para qualquer forma de vida no planeta. (Eckhart Tolle em , A Prática do Poder do Agora, pág. 118)


O IMPOPULAR DRAMA OUTSIDER — O encontro direto com a Verdade absoluta parece, então, impossível para uma consciência humana comum, não mística. Não podemos conhecer a realidade ou mesmo provar a existência do mais simples objeto, embora isto seja uma limitação que poucas pessoas compreendem realmente e que muitas até negariam. Mas há entre os seres humanos um tipo de personalidade que, esta sim, compreende essa limitação e que não consegue se contentar com as falsas realidades que nutrem o universo das pessoas comuns. Parece que essas pessoas sentem a necessidade de forjar por si mesmas uma imagem de "alguma coisa" ou do "nada" que se encontra no outro lado de suas linhas telegráficas: uma certa "concepção do ser" e uma certa teoria do "conhecimento". Elas são ATORMENTADAS pelo Incognoscível, queimam de desejo de conhecer o princípio primeiro, almejam agarrar aquilo que se esconde atrás do sombrio espetáculo das coisas. Quando alguém possui esse temperamento, é ávido de conhecer a realidade e deve satisfazer essa fome da melhor forma possível, enganando-a, sem contudo jamais poder saciá-la. — Evelyn Underhill