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domingo, 10 de julho de 2016

Sobre livros, dramas e cinemas como ferramentas

Pergunta: mencionastes o processo do pensamento pelo qual nós criamos nossas próprias circunstâncias. Podereis falar-nos sobre isto?

Krishnamurti: Acabo justamente de falar sobre isto. Para usar novamente da mesma comparação, se sois simplesmente um dente da engrenagem da máquina, sereis colhidos pelas circunstâncias da sociedade, pelo cerco criado por outros. Mas, se por pensamento de todo o dia, por consideração, por observação, atravessardes e romperdes essas limitações, estareis, então, criando vossas próprias circunstâncias, vossas próprias cercas, das quais sois mestres, e que não serão nunca uma limitação ou um peso para vós. Por um processo mecânico ou sistema de pensamento, nunca podereis vos libertar, e a libertação, para mim, é a riqueza, a plenitude de si própria que é harmoniosa. A tal chegaremos, não como escravos da cerca, mas se a vencermos. Necessitais da coragem de vossas convicções. Não importa quais sejam as consequências; se pensardes que determinada coisa está certa devereis executa-la diariamente. É esta a razão por que um pecador é sumamente superior a um homem que receia sua ação, que está sempre em estagnação, que é a mediocridade. Não estou falando com severidade; estou falando dos fatos. Um homem que não pode se afastar do caminho, que não é experimentado, que não luta, não será nunca feliz.

Pergunta: Há quem ache falta de interesse em livros de qualquer espécie, em dramas e cinemas, por não darem expressão da realidade ou da criação individual. Deve-se acreditar nisto?

Krishnamurti: Não sei como se possa acreditar nisto. Se vos excluirdes de todas essas coisas, estareis bloqueando canais de interesse e deveis ser interessado por todas as coisas que acontecem em torno de vós. Não deveis ficar longe do progresso do homem, quer material, quer espiritual. Deveis estar em contato com ele, porque precisais ajudar o homem a ir além de todos os limites. Não sejais como o asceta que se afasta do mundo, por acha-lo terrível. Antes, sede como a árvore que tem raízes profundas nas entranhas escuras da terra, enquanto os galhos de cima se agitam no espaço.

Para caminhardes a grande distância, deveis principiar perto; para subirdes alto, devereis começar por baixo. O grande perigo de pertencerdes a qualquer sociedade está em retira-vos gradualmente, por um processo inconsciente, das coisas exteriores, e em vós excluirdes a vós mesmos, pelo desejo de serdes diferentes dos demais e, portanto, em obstruir canais somente através dos quais a vida pode funcionar livremente.


Krishnamurti em Reunião de Inverno em Adyar, 29 de dezembro de 1929  
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"Quando você compreende, quando chega a saber,
então traz toda a beleza do passado de volta
e dá a esse passado o renascimento, renova-o,
de forma que todos os que o conheceram
possam estar de novo sobre a terra
e viajar por aqui, e ajudar as pessoas." (Tilopa)



"Nos momentos tranqüilos da meditação, a vontade de DEUS pode tornar-se evidente para nós. Acalmar a mente, através da meditação, traz uma paz interior que nos põe em contato com DEUS dentro de nós. Uma premissa básica da meditação, é que é difícil, senão impossível, alcançar um contato consciente, à não ser que a mente esteja sossegada. Para que haja um progresso, a comum sucessão ininterrupta de pensamentos tem de parar. Por isso, a nossa prática preliminar será sossegar a mente e deixar os pensamentos que brotam morrerem de morte natural. Deixamos nossos pensamentos para trás, à medida que a meditação do Décimo Primeiro Passo se torna uma realidade para nós. O equilíbrio emocional é um dos primeiros resultados da meditação, e a nossa experiência confirma isso." (11º Passo de NA)


"O Eu Superior pode usar algum evento, alguma pessoa ou algum livro como seu mensageiro. Pode fazer qualquer circunstância nova agir da mesma forma, mas o indivíduo deve ter a capacidade de reconhecer o que está acontecendo e ter a disposição para receber a mensagem". (Paul Brunton)



Observe Krishnamurti, em conversa com David Bohn, apontando para um "processo", um "caminho de transformação", descrevendo suas etapas até o estado de prontificação e a necessária base emocional para a manifestação da Visão Intuitiva, ou como dizemos no paradigma, a Retomada da Perene Consciência Amorosa Integrativa...


Krishnamurti: Estávamos discutindo o que significa para o cérebro não ter movimento. Quando um ser humano ESTEVE SEGUINDO O CAMINHO DA TRANSFORMAÇÃO, e PASSOU por TUDO isso, e esse SENTIDO DE VAZIO, SILÊNCIO E ENERGIA, ele ABANDONOU QUASE TUDO e CHEGOU AO PONTO, à BASE. Como, então, essa VISÃO INTUITIVA afeta a sua vida diária? Qual é o seu relacionamento com a sociedade? Como ele age em relação à guerra, e ao mundo todo — um mundo em que está realmente vivendo e lutando na escuridão? Qual a sua ação? Eu diria, como concordamos no outro dia, que ele é o não-movimento.

David Bohn: Sim, dissemos que a base era movimento SEM DIVISÃO.

K: Sem divisão. Sim, correto. (Capítulo 8 do livro, A ELIMINAÇÃO DO TEMPO PSICOLÓGICO)


A IMPORTÂNCIA DA RENDIÇÃO DIANTE DA MENTE ADQUIRIDA
Até praticar a rendição, a dimensão espiritual de você é algo sobre o que você lê, de que fala, com que fica entusiasmado, tema para escrita de livros, motivo de pensamento, algo em que acredita... ou não, seja qual for o caso. Não faz diferença. Só quando você se render é que a dimensão espiritual se tornará uma realidade viva na sua vida. Quando o fizer, a energia que você emana e que então governa a sua vida é de uma frequência vibratória muito superior à da energia mental que ainda comanda o nosso mundo. Através da rendição, a energia espiritual entra neste mundo. Não gera sofrimento para você, para os outros seres humanos, nem para qualquer forma de vida no planeta. (Eckhart Tolle em , A Prática do Poder do Agora, pág. 118)


O IMPOPULAR DRAMA OUTSIDER — O encontro direto com a Verdade absoluta parece, então, impossível para uma consciência humana comum, não mística. Não podemos conhecer a realidade ou mesmo provar a existência do mais simples objeto, embora isto seja uma limitação que poucas pessoas compreendem realmente e que muitas até negariam. Mas há entre os seres humanos um tipo de personalidade que, esta sim, compreende essa limitação e que não consegue se contentar com as falsas realidades que nutrem o universo das pessoas comuns. Parece que essas pessoas sentem a necessidade de forjar por si mesmas uma imagem de "alguma coisa" ou do "nada" que se encontra no outro lado de suas linhas telegráficas: uma certa "concepção do ser" e uma certa teoria do "conhecimento". Elas são ATORMENTADAS pelo Incognoscível, queimam de desejo de conhecer o princípio primeiro, almejam agarrar aquilo que se esconde atrás do sombrio espetáculo das coisas. Quando alguém possui esse temperamento, é ávido de conhecer a realidade e deve satisfazer essa fome da melhor forma possível, enganando-a, sem contudo jamais poder saciá-la. — Evelyn Underhill