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terça-feira, 2 de agosto de 2016

Como se há de vencer o temor da morte?

Pergunta: Na Escócia, muita gente se acha perturbada pelo temor da morte. Amedrontam-se com ela e com o que sobrevém depois. Pensam que não estão “salvos” e que por isso correm risco de eterna punição. Como se há de vencer está atitude mental?

Krishnamurti: Para mim a morte não é nem um começo nem um fim. A Verdade, a inteireza é sempre-existente; acha-se para além do tempo e na sua realização, encontra-se a imortalidade. Esta realização pode somente ser atingida por meio do constante esforço, pelo auto-apercebimento; porém, em lugar de fazer este esforço para realizar a inteireza, desejais adia-la. Dizeis: “Terei uma outra oportunidade em minha próxima vida”. Buscais unificar a vós próprios com o ser amado para além do tumulo; isto é o culto dos mortos antes que o dos vivos, a preocupação dos que se acham isolados. Por vos faltar a vontade para fazerdes o esforço necessário, quereis adiá-lo e por isso voltai-vos para a reencarnação. A ideia de que sois uma entidade separada é ilusão. No vos apegardes a essa ilusão, no anseio pela sua perpetuação e no vos buscardes identificar a vós próprios, após a morte, com o passado, prolongais essa consciência da separação — o ego — indefinidamente e imaginais, que por esse prolongamento, adquirireis cada vez maior número de qualidades e por esse modo realizais a Verdade mais plenamente. Todo o ser humano que acredita na reencarnação pensa que sua “eu-entidade” progredirá através do tempo, adquirindo várias qualidades até chegar a tornar-se perfeita. É esta a teoria hindu recentemente popularizada no Ocidente. A Realidade acha-se sempre presente, portanto não se pode progredir em direção a ela. Aquilo que denominamos ego, pelo fato de ser separado em nós, conhecemos como consciência separada; é, porém, uma ilusão.

Uma ilusão, por muito que a amplieis, por muito que a ela vos apegueis, a glorifiqueis, a defendais, ficará sendo sempre ilusão. Aquilo que é ilusão e, portanto, imperfeito, não pode ser tornado perfeito, por muito que o expandais pelo tempo afora. Alguns de meus amigos Hindús hão de dizer: “temos nos apegado a esta ideia da reencarnação por dois ou três mil anos e vindes agora apaga-la por falsa e irreal; portanto, não vos daremos ouvidos”. Provavelmente haveis de pensar a mesma coisa. Porém a morte sempre há de existir. Todos nós temos que decair e fenecer; porém vós podeis alcançar a esta liberdade da consciência, esta realização do ser completo, agora, pois que ele sempre está presente. Portanto, de nada serve perguntar o que vos acontecerá após a morte. Ao fazer esta pergunta, ela já demonstra que não andais à busca da Verdade, porém sim meramente prolongando o “eu”. Não vos apercebeis de que o mero prolongamento de uma ilusão jamais pode produzir plenitude de compreensão que reside apenas na realização do presente, no qual se encontra consubstanciada toda a existência. Por vos tornardes plenamente conscientes de todos os vossos pensamentos, ações, ilusões e por transcenderdes todas as qualidades que pertencem à entidade separada que denominais “eu”, a Verdade se revela. Portanto, a coisa importante não é o que vos vai acontecer quando morrerdes, porém sim, a realização dessa liberdade de consciência que é imortalidade. Então a more terá perdido seu significado. Isto pode não vos satisfazer. Talvez quisésseis antes que eu vos dissesse que haveis de viver a vossa vida futura em melhores condições, com melhores oportunidades.


Aquilo que é eterno em toda a sua inteireza, em sua plenitude, em sua felicidade, está sempre presente em tudo; e somente na realização disto se encontra a segurança da imortalidade. É muito melhor transcender a morte do que saber o que vos irá acontecer na próxima vida, oi o que acontecerá quando morrerdes. Uma coisa é positiva, a outra é apenas uma negação para o futuro. A ideia de que alguma outra pessoa vos pode salvar, é irreal; pois a Verdade, essa Vida que é eterna, está em vós mesmos, integra, completa, e ninguém vos pode conduzir a essa inteireza exceto vós próprios, mediante o vosso próprio esforço, pelo vosso constante vigiar e apercebimento. Pelo fato de ser isto difícil, quereis que alguma outra pessoa venha e o faça por vós. E por isso é que tendes religiões, ritos, culto, preces, em virtude dos quais surgem a confusão e o conflito. 

Krishnamurti, Escócia, 1931
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"Quando você compreende, quando chega a saber,
então traz toda a beleza do passado de volta
e dá a esse passado o renascimento, renova-o,
de forma que todos os que o conheceram
possam estar de novo sobre a terra
e viajar por aqui, e ajudar as pessoas." (Tilopa)



"Nos momentos tranqüilos da meditação, a vontade de DEUS pode tornar-se evidente para nós. Acalmar a mente, através da meditação, traz uma paz interior que nos põe em contato com DEUS dentro de nós. Uma premissa básica da meditação, é que é difícil, senão impossível, alcançar um contato consciente, à não ser que a mente esteja sossegada. Para que haja um progresso, a comum sucessão ininterrupta de pensamentos tem de parar. Por isso, a nossa prática preliminar será sossegar a mente e deixar os pensamentos que brotam morrerem de morte natural. Deixamos nossos pensamentos para trás, à medida que a meditação do Décimo Primeiro Passo se torna uma realidade para nós. O equilíbrio emocional é um dos primeiros resultados da meditação, e a nossa experiência confirma isso." (11º Passo de NA)


"O Eu Superior pode usar algum evento, alguma pessoa ou algum livro como seu mensageiro. Pode fazer qualquer circunstância nova agir da mesma forma, mas o indivíduo deve ter a capacidade de reconhecer o que está acontecendo e ter a disposição para receber a mensagem". (Paul Brunton)



Observe Krishnamurti, em conversa com David Bohn, apontando para um "processo", um "caminho de transformação", descrevendo suas etapas até o estado de prontificação e a necessária base emocional para a manifestação da Visão Intuitiva, ou como dizemos no paradigma, a Retomada da Perene Consciência Amorosa Integrativa...


Krishnamurti: Estávamos discutindo o que significa para o cérebro não ter movimento. Quando um ser humano ESTEVE SEGUINDO O CAMINHO DA TRANSFORMAÇÃO, e PASSOU por TUDO isso, e esse SENTIDO DE VAZIO, SILÊNCIO E ENERGIA, ele ABANDONOU QUASE TUDO e CHEGOU AO PONTO, à BASE. Como, então, essa VISÃO INTUITIVA afeta a sua vida diária? Qual é o seu relacionamento com a sociedade? Como ele age em relação à guerra, e ao mundo todo — um mundo em que está realmente vivendo e lutando na escuridão? Qual a sua ação? Eu diria, como concordamos no outro dia, que ele é o não-movimento.

David Bohn: Sim, dissemos que a base era movimento SEM DIVISÃO.

K: Sem divisão. Sim, correto. (Capítulo 8 do livro, A ELIMINAÇÃO DO TEMPO PSICOLÓGICO)


A IMPORTÂNCIA DA RENDIÇÃO DIANTE DA MENTE ADQUIRIDA
Até praticar a rendição, a dimensão espiritual de você é algo sobre o que você lê, de que fala, com que fica entusiasmado, tema para escrita de livros, motivo de pensamento, algo em que acredita... ou não, seja qual for o caso. Não faz diferença. Só quando você se render é que a dimensão espiritual se tornará uma realidade viva na sua vida. Quando o fizer, a energia que você emana e que então governa a sua vida é de uma frequência vibratória muito superior à da energia mental que ainda comanda o nosso mundo. Através da rendição, a energia espiritual entra neste mundo. Não gera sofrimento para você, para os outros seres humanos, nem para qualquer forma de vida no planeta. (Eckhart Tolle em , A Prática do Poder do Agora, pág. 118)


O IMPOPULAR DRAMA OUTSIDER — O encontro direto com a Verdade absoluta parece, então, impossível para uma consciência humana comum, não mística. Não podemos conhecer a realidade ou mesmo provar a existência do mais simples objeto, embora isto seja uma limitação que poucas pessoas compreendem realmente e que muitas até negariam. Mas há entre os seres humanos um tipo de personalidade que, esta sim, compreende essa limitação e que não consegue se contentar com as falsas realidades que nutrem o universo das pessoas comuns. Parece que essas pessoas sentem a necessidade de forjar por si mesmas uma imagem de "alguma coisa" ou do "nada" que se encontra no outro lado de suas linhas telegráficas: uma certa "concepção do ser" e uma certa teoria do "conhecimento". Elas são ATORMENTADAS pelo Incognoscível, queimam de desejo de conhecer o princípio primeiro, almejam agarrar aquilo que se esconde atrás do sombrio espetáculo das coisas. Quando alguém possui esse temperamento, é ávido de conhecer a realidade e deve satisfazer essa fome da melhor forma possível, enganando-a, sem contudo jamais poder saciá-la. — Evelyn Underhill