Pergunta: Como posso eu reconhecer a “verdadeira experiência” e
distinguir bem assim entre a “experiência do eu” e a “experiência do que é
relativo?”
Krishnamurti: Imaginais
que por sistematizar as experiências e por classifica-las e rotulá-las
entendereis o seu significado. A vida nega essas divisões intelectuais.
Uma experiência verdadeira deve
criar em vós a certeza da ilusão do eu. E uma experiência, impessoalmente
examinada, pode proporcionar-vos a compreensão de toda a experiência. Deve,
porém, ser uma experiência que constitua a expressão da própria Vida, que
possua em si o significado do amor; não um mero incidente superficial. Se
passardes por uma experiência assim e a examinardes cuidadosa e impessoalmente,
verificareis que ela contém a essência de toda a experiência. Isto exige
energia de propósito, poder de reflexão e exame. É inútil pensar que, por
meramente buscar as experiências, uma após a outra, vos tornareis sábios.
Podeis recolher um milhar de experiências dentro em vós; porém, sem que façais
o esforço para compreender a plenitude de uma experiência que esteja ao vosso
alcance, jamais vos podereis tornar livres, completos.
No presente acha-se contida toda a existência. Imediatamente a
partir do momento que tenhais compreendido este “agora”, no qual está toda a
existência, não haverá mais futuro nem passado. A ideia de progresso em direção
à Verdade é uma ilusão
Krishnamurti, Escócia, 14 de março de 1931